Um edifício é um marco no tempo e espaço. Confira esse conteúdo por Smart que aborda mais sobre a concepção de um edifício.
Como Nasce um Edifício?
Engana-se quem pensa que basta uma dúzia de plantas e um mero terreno para o nascimento de um edifício. Há uma beleza oculta neste processo que foge ao olhar distraído pela trivialidade do cotidiano.
Vale dizer: não é por ser imóvel que um prédio não seja repleto de vida, história e personalidade própria. Um edifício é um marco no tempo e espaço. Reflete a cultura de um povo e a maneira contemporânea de morar e de nos relacionar com o mundo.
Ele precisa ser gestado. Primeiro surge uma visão contemplativa de como seria se ali houvesse um empreendimento que somasse à cidade a qual será inserido. Como ele seria? Quais atributos seriam interessantes? É um primeiro vislumbre de um sonho e que dá pistas dos próximos passos para que se torne realidade.
E assim como qualquer planejamento que carrega em si o desejo de dar certo, sonha-se com o pé no chão. Perguntas que buscam investigar a viabilidade deste projeto começam a dar corpo ao anseio.
É o momento certo deste edifício? Qual a energia imaterial e financeira que ele demandará? Ele saberá dar frutos aqueles que o materializaram? E o principal, que contribuição ao mundo ele trará?
O terreno fértil deve ser identificado para este projeto. Não raro, é o chão que canta a vocação e sussurra ao atento arquiteto o que ali poderia existir.
E sabe personalidade? Aquele atributo indissociável que nos acompanha desde o nosso nascimento? Com o edifício não é diferente. Só que aqui, nós chamamos de conceito. É essa natureza particular e potente da edificação que vai dar vida ao projeto. Não tem como ser diferente: é o conceito que dá as respostas à equipe de arquitetura.
Para qualquer projeto importante e, de maneira específica, o planejamento de uma nova vida, muitas mãos participam do processo. Para o nascimento de um ser humano não temos médicos, familiares, pais, etc? Todos com contribuições importantes à sua maneira, pode-se dizer que é um misto de sentimento e muita técnica.
Com um novo empreendimento é assim também.
Especialistas, técnicos, pessoas que vivem o lugar, agentes experientes que aconselham com sabedoria da vida. Cada envolvido no processo traz a sua contribuição e deposita ali, naquele projeto, a materialização do que significa o bem morar para si.
E o sol, o entorno, as pessoas, as possibilidades de investimento… É uma lista longa e indispensável. Um mix de experiências e expectativas, que aliado ao lugar e a personalidade do próprio edifício, torna cada prédio único. Naquele lugar, naquele tempo, dentro daquelas condições, só existe ele.
Por fim, não pense, todavia, que todas as respostas já vem prontas desde o início. Como qualquer processo de amadurecimento, aqui também há desafios e aprendizados. Seja no terreno que revela obstáculos, nos trâmites que fogem do domínio do projetista ou na mudança gerada por fatores externos.
Mas a cada dificuldade, a verdade é que aquele edifício fica melhor.
Mais maduro. Mais certeiro. E muito mais coerente com a sua essência.
Um verdadeiro edifício-cidadão, que entende seu papel e sabe que sua existência torna melhor a vida de todos naquele lugar.
Texto por Fernanda Manfro